Quando termina o dia e te procuro pelos cantos da casa
E tu me foges numa fuga premeditada, prolongando
O desejo da procura.
Quando teus olhos me procuram e tuas mãos me acariciam
E teus lábios se juntam aos meus…Acontece a dor do desejo,
A volúpia que se enamora do tempo.
Quando a chuva beija as vidraças e as horas não morrem,
Espero-te e não encontro espaço para amar.
Quando a sombra da tarde desce sobre o teu olhar e é tempo
De partires. Tudo é irreal.
Quando não escuto a tua voz há um vazio e a ilusão do nada
E nem as palavras serão a resposta a tão agreste solidão.